Eu não costumo ser uma pessoa muito noturna e no Brasil, definitivamente não sou muito de barzinho e badalação. Porém como tudo na Argentina, a coisa foi totalmente diferente. Sair a noite é gostoso, a cidade é mais bonita, você se sente segura. Então eu acabei indo explorar alguns bares para saber como era a vida noturna (e jovem da cidade). Afinal, nem só de velharia se vive Buenos Aires, tem muitos bares legais e baladas incríveis por lá. Como é o caso do Temple Bar, em Puerto Madero.
Eu cheguei numa noite de quarta-feira sem grandes promessas de emoção, afinal estávamos no meio da semana útil e quem vai ao bar na quarta-feira? Porém para minha surpresa, os Argentinos vão e o lugar estava cheio. A minha impressão é que tudo é encantadoramente bonito. O espaço representa bem essa estética meio Nova York anos 90 que eu particularmente acho que marca a cidade. Inclusive até o comportamento e as pessoas fazem jus a esse título. Porque é todo mundo descolado de um jeito muito hipster, mas aquele hipster raíz sabe? Que não faz muito esforço, do tipo intelectual, meio europeu, meio americano. Achei interessante. (continue a leitura…)

Av. Santa Fé é o meu lugar no mundo. Contendo absolutamente tudo que preciso, como um pequeno supermercado, uma farmácia, lindas lojas de roupa e sapato, cafeterias e bons restaurantes, é definitivamente o melhor lugar para se viver. Por isso, nos dias que vivi em Buenos Aires devo ter percorrido ela inteira algumas dezenas de vezes e sinceramente, acho que o suficiente para me sentir em casa. Percorria a noite para comprar um pãozinho e fazer uma sopa, ou mesmo de dia para folhear uma vogue em alguma barraca florida da cidade. Mas o que marcou mesmo foram os jantares na Molinera, essa pizzaria que se tornou a minha favorita da viagem.
Inclusive, eu me lembro dessa esquina como se ainda estivesse nela. Uma pizzaria pequena, rústica e que eu entrei ao acaso em um dia que estava faminta e precisava de algum lugar para jantar. Como são as melhores descobertas, ali achei as pizzas mais deliciosas da minha vida, muito recheadas e com o equilíbrio perfeito entre a leveza e o sabor. Eu diria que já estando na Itália e saboreando muitas pizzas tradicionais (que são totalmente diferentes da brasileira), posso dizer que o estilo Argentino é o caminho do meio entre o minimalismo da tradicional pizza italiana e o excesso de sabor que a criatividade latina expressa no Brasil. Sendo portanto o meu ponto de encontro perfeito que harmonizava deliciosamente com todo vinho barato (e excelente) que só a capital Argentina podia me oferecer.
Foram muitas noites e algumas taças de vinho. O suficiente para fazer amizade com o Garçom que insistia em me fazer crer que era perfeita para ser dançarina de tango. Quem sabe uma outra vez? Eu voltei para concretizar essa promessa, dançar um tango e retornar a minha pizzaria favorita da cidade e comer novamente a minha “Pizza Di Parma”.
