28.09.2018

Quando eu soube que ia para a Itália a primeira coisa que pensei foi que queria fazer um roteiro histórico. Porque acredito que existem muitas formas de curtir esse pais e a minha escolha inicial foi focar na história antiga, então Pompeia não podia ficar fora. Sendo assim, construi toda a viagem para que ela pudesse ser o centro da viagem. Isso na época fez todo sentido, mas olhando hoje eu acho que jamais faria novamente. Não porque a cidade não tenha valido a pena, pelo contrário, valeu muito.  Mas porque esse roteiro histórico em si acabou não fazendo tanto sentido. Quando estava lá, senti como se ler um livro, ou ver um documentário sobre bastasse. E outras perspectivas acabaram me despertando muito mais do que eu fui lá para ver.

Alias, se pudesse retornar hoje eu iria para Nápoles. Faria o roteiro praias do sul, como Sorrento e Positano. Comeria pizzas deliciosas e viveria a cultura riquíssima que temos nessa região. Mas eu não tinha essa dimensão e foi somente pela vontade de conhecer a histórica cidade de Pompéia que acabei descobrindo todo uma cultural litorânea que dá um outro sabor para a Itália. Por isso esse post vai se dividir entre o passado e o futuro, a histórica cidade que pude conhecer e toda uma outra realidade que espero explorar ainda mais em algum momento futuro.





Começando pela histórica cidade de Pompéia, temos a zona Arqueológica com as escavações da antiga cidade que foi destruída durante a erupção do Vesúvio. Nessa zona temos um pouco da antiga Pompéia e também da cidade de Herculano, com teatros, casas, prédios públicos e templos que mostram um pouco da vida no antigo império Romano. A sensação que tive foi como descrevi acima: pensei que seria algo muito mais emocionante o que realmente foi. Não que não seja legal. Porém é aquilo, são ruínas. É tudo muito parecido com o que vemos em um documentário. E eu não senti algo vivo sabe? É história, algo que foi. No máximo foi interessante pensar em como viviam as pessoas daquele tempo, observar os aspectos geográficos que deixam bem claro porque escolheram aquela região para viver, mas é somente isso. O passeio em si é cansativo e repetitivo, porque as coisas são muito iguais.


E é importante dizer que tive nessa cidade o mesmo problema de Florença: desidratação. O calor é intenso e não há banheiro ou sombra. Também não há o que comer então tem que ir preparado. Eu passei cerca de meio dia no sitio arqueológico e foi suficiente. Não quis conhecer tudo, ficou faltando algumas partes. mas para mim foi o suficiente.

Decidi passar o resto do dia conhecendo um pouco mais a Pompéia do presente. A cidade tem um clima de praia encantador que me lembrou muito a minha infância na praia grande. Eu tenho uma coisa afetiva com esse clima de cidade pequena litorânea, com suas feiras e restaurantes temáticos, por isso fiquei encantada com o lugar. Apesar de não ter abertura para o mar, a cidade é na costa do litoral, então tem a “vibe”. Inclusive foi me apaixonando pela cidade que me arrependi de não ter ido para Napóles, ou para a costa Almafitana. Com certeza teria curtido ainda mais. Eu até cogitei ir andando (cerca de 3 horas de caminhada), mas fui desencorajada por alguns Italianos que pronunciaram “sei pazzo?” quando parei para perguntar se era possível chegar a pé até o mar da cidade. Como ir e voltar no mesmo dia de trem não era possível, tive que deixar para o futuro. Mas ficam as boas memórias.

Eu cheguei na cidade um dia antes da visita do sítio, então dormi por lá. Desembarquei por volta das 21h da noite, faminta e já esperando dormir com fome. Então qual não foi minha surpresa de ver o intenso movimento da cidade? Uma cidadezinha bonita, onde acabei tendo o meu jantar favorito da viagem: carbonara com chardonnay. Uma sugestão leve e saborosa para uma preciosa noite de verão.

Se eu moraria em Pompéia? Com certeza! Viraria artista em uma dessas ruelas encantadoras e comeria carbonara todos os dias. E é por isso que mesmo hoje eu lembro de cada sensação que tive nesses dois dias. A cidade foi meu ponto alto da viagem. Não pelos motivo que planejei, mas pela imprevisibilidade da vida. E acho que no fim viajar é sobre isso. Estar aberto a conhecer coisas pelas quais não esperamos. E no fim das contas, eu estava certa. Pompéia era o centro de tudo!

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